Pastoras e anciãs na IASD - resumo


Nos últimos anos, tem havido na Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) um importante debate sobre a ordenação de mulheres ao ministério pastoral (veja aqui). Na assembleia da Associação Geral de 2015, foi votado que as divisões mundiais da IASD não devem ter autonomia para decidir sobre essa prática; portanto, a igreja continuará não ordenando pastoras. No entanto, ao contrário do que muitos supõem, o voto não diz respeito ao ministério de pastoras nem à ordenação de anciãs (veja aqui). 

Na última assembleia da Associação Geral, o pastor Ted Wilson, presidente mundial da IASD, explicou que “o voto não tem que ver com o fato de mulheres serem ordenadas como anciãs de igrejas locais, uma prática regulamentada pela igreja que existe há várias décadas. Ele declarou que o voto também não está relacionado a pastores comissionados, que, de acordo com os regulamentos da igreja, podem ser homens ou mulheres” (veja aqui). 

Desde 1975, a Associação Geral da IASD autoriza a ordenação de anciãs de igrejas locais, e, desde 1990, autoriza o ministério de pastoras comissionadas (não ordenadas) (veja aqui). Pastoras comissionadas da IASD podem desempenhar quase todas as funções de um pastor ordenado, inclusive presidir igrejas e realizar cerimônias de batismo e casamento (veja aqui). Cada divisão mundial da IASD possui autonomia a respeito dessas práticas, e a Divisão Sul-Americana decide não ter pastoras nem anciãs em seu território.

Igreja divulgará princípios de interpretação bíblica

Por Marcos Paseggi, Adventist Review

A liderança da Associação Geral concordou em trabalhar com o Instituto de Pesquisa Bíblica num estudo que informará a igreja mundial a respeito dos princípios de interpretação bíblica segundo compreendidos pela Igreja Adventista do Sétimo Dia.

O subsecretário da Associação Geral, Myron Iseminger, ao fazer o anúncio em 10 de julho, o último dia das reuniões administrativas da assembleia mundial da igreja em San Antonio, Texas (EUA), também informou aos delegados que o Instituto de Pesquisa Bíblica “já está estudando a questão e planeja publicar os resultados” na edição atualizada de um livro sobre o tema.

O Instituto de Pesquisa Bíblica, localizado na sede mundial da Igreja Adventista, publicou nos últimos anos dois livros sobre o assunto, intitulados Understanding Scripture: An Adventist Approachorganizado por George W. Reid (2005), e Interpreting Scripture: Bible Questions and Answers [Interpretando as Escrituras: Perguntas e respostas bíblicas], organizado por Gerhard Pfandl (2010). [O primeiro livro foi publicado em português como Compreendendo as Escrituras: Uma abordagem adventista (Unaspress, 2007).]

As observações de Iseminger foram feitas em resposta à solicitação de um delegado e um voto subsequente em 9 de julho. O delegado instou a igreja a reestudar sua hermenêutica à luz do voto sobre a ordenação de mulheres ao ministério pastoral, em 8 de julho, de modo a evitar no futuro conflitos semelhantes de opinião sobre algumas passagens bíblicas.

A hermenêutica, ou o estudo de princípios e métodos de interpretação, busca oferecer uma estrutura básica que possa ser aplicada a toda e qualquer análise de um versículo específico ou de doutrinas da Bíblia. Embora os estudiosos adventistas já tenham estudado e publicado sobre o assunto com frequência, o delegado que levantou a questão sugeriu que o esclarecimento se tornava necessário após o voto sobre a ordenação de mulheres. [...]

Fonte: Adventist Review. 

Pr. Reinaldo Siqueira esclarece o voto acerca da ordenação

Nesta quarta-feira, 8 de julho, a assembleia mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, reunida em San Antonio, Texas (EUA), tomou um voto sobre esta questão: “É aceitável que a comissão executiva de cada divisão, caso considere apropriado em seu território, implemente os dispositivos necessários para a ordenação das mulheres ao ministério? Sim ou não?”. Dos 2.363 delegados presentes, 977 (41,3%) votaram “sim” e 1.381 (58,4%) votaram “não”, além de cinco abstenções.

No programa “Revista Novo Tempo”, exibido pela TV Novo Tempo nos dias 10 e 11 de julho, o pastor Reinaldo W. Siqueira, reitor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia, fez um importante esclarecimento sobre o significado desse voto:

“Uma das decisões mais importantes [feitas nesta assembleia da Associação Geral] foi a pergunta levada aos delegados, que ocupou toda a reunião de quarta-feira: se a igreja autorizava as divisões a decidirem a questão da ordenação de mulheres ao ministério. Isso está muito confuso na cabeça do pessoal, e muitos pensam que significa que a igreja não autorizou a ordenação. Não é isso; ela não autorizou que cada divisão decida individualmente o que vai fazer. A questão ainda continua sendo estudada pela igreja, mas a decisão deverá ser a nível mundial, como um corpo só, e não individualizada pelas divisões. Com o resultado da votação, o objetivo é manter a unidade da igreja nesse processo de decisões. Assim, estamos praticamente na mesma situação em que estávamos antes, com as decisões anteriores feitas pela Associação Geral, e o estudo e o diálogo seguindo a nível mundial, mas unido num só corpo, sem separar entre as divisões.”

“Voto sobre a ordenação não altera os regulamentos atuais”


“Voto sobre a ordenação não altera os regulamentos atuais”

Por Andrew McChesney, Adventist Review

O presidente da Associação Geral, Ted N. C. Wilson, declarou na sexta-feira [dia 10 de julho de 2015] que o voto tomado nesta semana, sobre a ordenação de mulheres ao ministério pastoral, implica que “mantemos os regulamentos atuais”.

Wilson falou aos delegados da assembleia da Associação Geral, reunidos em San Antonio, Texas (EUA), que o voto de quarta-feira apenas impede que as divisões mundiais da igreja tomem decisões sobre a ordenação de mulheres [ao ministério pastoral]. Ele acrescentou que o voto não tem que ver com o fato de mulheres serem ordenadas como anciãs de igrejas locais, uma prática regulamentada pela igreja que existe há várias décadas. Ele declarou que o voto também não está relacionado a pastores comissionados, que, de acordo com os regulamentos da igreja, podem ser homens ou mulheres.

“Portanto, devemos ser claros acerca do que foi votado na quarta-feira”, disse Wilson. “Estamos voltando à nossa prática anterior, e desejo encorajar fortemente que todos respeitem o que foi votado. Mas não acrescentemos ao voto elementos que não estão presentes nele. Devemos ser honestos e claros, e todos precisamos aceitar o que é votado numa assembleia da Associação Geral.” Wilson concluiu pedindo que os presidentes das divisões esclarecessem em seus territórios o significado do voto feito na quarta-feira.

Pouco depois dessa declaração, o presidente da Divisão Norte-Americana, Daniel R. Jackson, divulgou uma declaração afirmando que a divisão “seguiria o voto da igreja mundial” [leia a declaração completa aqui]. Ele disse que a divisão reconhecia que “o voto impede as 13 divisões mundiais da igreja ou qualquer de suas entidades de tomar suas próprias decisões sobre a consideração e potencial implementação da ordenação de mulheres ao ministério do evangelho”.

Jackson acrescentou que o voto, porém, não desautoriza mulheres de servirem como pastoras comissionadas de igrejas ou como anciãs ordenadas de igrejas locais, nem a ordenação de diaconisas. “Sendo que a decisão não é contrária a essas práticas, vamos encorajar aquelas que têm servido nessas funções a continuarem a fazê-lo”, disse Jackson.

Ele concluiu: “É importante compreender que a Divisão Norte-Americana continuará a seguir as diretrizes encontradas nos Regulamentos Eclesiástico-Administrativos da Associação Geral, que permitem às associações e uniões licenciarem mulheres como ministras [isto é, pastoras] comissionadas no ministério pastoral. Em conformidade com esses regulamentos, também continuaremos a encorajar o serviço de mulheres como diaconisas e anciãs locais ordenadas.” [...]


Principais votos da IASD referentes ao assunto

Regulamentos Eclesiástico-Administrativos da Associação Geral BA 60 10 (tradução não oficial):

“A Igreja mundial apoia a não discriminação em práticas e regulamentos empregatícios e sustenta o princípio de que tanto homens quanto mulheres, independentemente de sua raça ou cor, receberão plena e igual oportunidade dentro da Igreja para desenvolverem o conhecimento e as habilidades necessárias à edificação da Igreja. As posições de serviço e responsabilidade (exceto aquelas que requerem a ordenação ao ministério evangélico*), em todos os níveis de atividade da Igreja, estarão abertas a todos, com base em suas qualificações individuais.

“* A cláusula de exceção, e qualquer outra acima, não deverá ser usada para reinterpretar a ação já tomada pela Igreja mundial, autorizando a ordenação de mulheres como anciãs de igrejas locais em divisões nas quais a comissão executiva da divisão tiver concedido sua aprovação.”

Voto do Concílio Anual da Associação Geral de 1989:

“Aqueles que, independentemente de gênero [isto é, homens e mulheres], foram reconhecidos como ministros comissionados ou ministros licenciados podem desempenhar essencialmente as funções ministeriais de um ministro ordenado nas igrejas às quais foram designados [isto é, realizar batismos etc.], caso esse dispositivo tenha sido autorizado por sua divisão, se as condições seguintes tiverem sido satisfeitas:

“1) O indivíduo tiver concluído o treinamento ministerial [isto é, o seminário teológico].
“2) O indivíduo tiver sido chamado por uma associação para servir numa função ministerial / evangelística / pastoral de tempo integral.
“3) O indivíduo tiver sido eleito e ordenado como ancião de igreja local.”

Regulamentos Eclesiástico-Administrativos da Divisão Norte-Americana L 33 10:

“Um ministro comissionado em posição de liderança está autorizado pela associação, união ou divisão a desempenhar substancialmente todas as funções do ministro ordenado dentro do território da organização no qual qual ele / ela serve. As funções que estão excluídas são aquelas listadas no Manual da Igreja: organizar uma igreja, unir igrejas e ordenar anciãos ou diáconos locais.”

(Os regulamentos acima são citados aqui)

“Um olhar atento sobre a ordenação de mulheres”

Já está disponível em português “Um olhar atento sobre a ordenação de mulheres”, de Ty Gibson, um dos textos mais populares favoráveis à ordenação de mulheres ao ministério pastoral.

“Provavelmente o melhor estudo sobre ordenação de mulheres” (Ranko Stefanovic, Ph.D., professor de Novo Testamento na Universidade Andrews).

“Uma das poucas pessoas que conheço que mudou de ideia sobre ordenação depois de estudar a Bíblia” (Jon Paulien, Ph.D., diretor da Faculdade de Teologia da Universidade de Loma Linda).

Leia o conteúdo completo aqui.

George Knight sobre a ordenação de mulheres

O Dr. George Knight, professor emérito de História da Igreja na Universidade Andrews (EUA), é um destacado historiador, autor e educador adventista. Ele é considerado o autor adventista mais vendido nos últimos 30 anos e é uma das vozes mais influentes da denominação. Este é o resumo de uma pregação feita recentemente por ele:
1. A ordenação não é um conceito bíblico (é um conceito católico pós-bíblico).
2. A imposição de mãos é um conceito bíblico, mas as pessoas que a receberam “já haviam recebido sua comissão do próprio Deus, e a cerimônia da imposição das mãos não acrescent[ava] nova graça ou especial qualificação”. Era simplesmente um reconhecimento humano de que Deus tinha chamado a pessoa (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 161).
3. Depois dos tempos bíblicos, a Igreja Católica começou a associar a imposição de mãos com a “ordenação”. Mas eles compreendiam a ordenação de forma muito diferente de nós.
4. A visão protestante é que a “ordenação” é meramente um reconhecimento simbólico externo do chamado (comissionamento) que Deus faz a uma pessoa.
5. A visão católica romana é que a “ordenação” confere poder miraculoso sobre um sacerdote para transubstanciar (transformar) o pão e o vinho no corpo e sangue de Cristo e para perdoar pecados.
6. O trabalho de um pastor consiste em pregar a Palavra de Deus e amar o Seu povo (2Tm 4:1, 5).
7. Quem decide quem pode ser um pastor? Cristo concede dons espirituais, inclusive o dom de pastorear (e esses dons não possuem distinção de gênero) (Ef 4:8, 11-13). A Bíblia apresenta vários exemplos de profetisas e pregadoras do sexo feminino.
8. Somente o Espírito Santo decide como distribuir os dons espirituais (1Co 12:4, 7, 11, 28).
9. A imposição de mãos apenas reconhece publicamente o que o Espírito Santo já havia feito (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 161).
10. O voto na assembleia da Associação Geral de 2015 não decidirá se mulheres poderão ser ministras (pastoras). A Associação Geral já aprovou mulheres ao ministério em 1990, e a Bíblia possui vários exemplos de mulheres atuando no ministério. [Também não decidirá se mulheres poderão ser ordenadas, porque anciãs e diaconisas já o são.]
11. As mulheres sofriam discriminação na cultura dos tempos bíblicos. Elas eram tratadas como propriedade. Os que argumentam que não havia sacerdotes do sexo feminino também devem considerar que não havia sacerdotes de outras etnias. Mas Jesus criou um novo sistema no qual não há nem judeu nem grego, nem homem nem mulher – onde todos os crentes são um em Cristo (Gl 3:28). [Existem respostas e argumentos bem mais sólidos sobre essa questão; veja outros materiais neste site.]
12. Em 1 Timóteo 3:2, Paulo afirma que o bispo (ou pastor) deve ser “marido de uma só mulher”. Essa é uma orientação contra a fornicação e a poligamia, não uma indicação de que apenas homens podem ser ministros. Jesus e Paulo não eram casados. [A discussão sobre essa passagem se deve ao fato de que as traduções em inglês costumam dizer “marido de uma mulher”.]
13. A ordenação de mulheres é um ‘problema’ apenas se você defende uma compreensão católica da ordenação como acréscimo de poder espiritual. Mas, para nós, a ordenação é meramente um reconhecimento do que já ocorreu no Céu, onde Deus chamou a pessoa. Os que se opõem à ordenação de mulheres estão simplesmente confusos sobre a definição bíblica de ‘ordenação’ (ou imposição de mãos).
14. A Associação Geral já aprovou a atuação de mulheres no ministério há 25 anos. Ministros (pastores) homens e mulheres já recebem a imposição de mãos. A única diferença é que os homens são chamados de “ordenados” e as mulheres são chamadas de “comissionadas”. É apenas um jogo de palavras, porque ministros homens e mulheres desenvolvem exatamente o mesmo trabalho, e os dois termos significam a mesma coisa.
15. Deus é quem ordena uma pessoa ao ministério. A ‘ordenação’ humana não muda coisa alguma; simplesmente dá reconhecimento público e um certificado impresso.
16. Sendo que ordenação e comissionamento são a mesma coisa, e nossos pastores homens e mulheres já realizam o mesmo trabalho, não há razão para diferenciar entre os termos “ordenado” e “comissionada” em seus certificados.
17. É especialmente surpreendente que os adventistas estejam debatendo esse assunto, já que o ministro mais influente da história adventista era uma mulher. [A partir de 1884, Ellen White foi listada como “ministra ordenada” no anuário da Associação Geral – embora nunca tenha sido ordenada por mãos humanas, mas por Deus.]
18. A confusão e o debate sobre a ‘ordenação’ terminariam se nos livrássemos de uma visão católica sobre a ordenação e aceitássemos a compreensão bíblica. 

Assista à pregação completa em inglês ou legendada em espanhol.

O Instituto de Pesquisas Bíblicas e a questão da ordenação de mulheres ao ministério pastoral

por Ekkehardt Mueller

1. O Instituto de Pesquisas Bíblicas (em inglês BRI) e a ordenação de mulheres
A questão da ordenação de mulheres ao ministério pastoral tem sido discutida na igreja Adventista do Sétimo Dia por muitas décadas. Com novas questões nesse quiquênio, os membro do BRI tem sido requisitados para participar de várias comissões. Alguns escreveram artigos; outros falaram publicamente sobre o tema. Em cada caso, os membros do BRI compartilharam suas opiniões pessoais sobre a questão da ordenação de mulheres ao ministério. Até o momento o BRI como uma entidade da igreja não tomou uma posição oficial sobre o assunto. Ele nem se opõe nem é favorável a ordenação de mulheres. A decisão final permanece com a igreja mundial.

2. Preocupações
O BRI está bastante preocupado com alguns desdobramentos do atual debate. Parece que depois que a Comissão de Estudos da Teologia da Ordenação (TOSC) terminou seu trabalho, a disputa atingiu um outro nível que, em nossa opinião, é prejudicial à igreja e aos seus membros - ou seja, os que são diretamente afetados e que estão ouvindo ao debate. Temos a impressão de que a discussão não está mais no nível bíblico-teológico e fatual mas no de indivíduos e grupos sendo pesadamente criticados e condenados por outros. Na teologia chamamos isso de argumentos ad hominem. Aqui estão alguns efeitos potenciais de tal abordagem:

(1) Argumentos ad hominem não apenas ferem as pessoas mas também podem criar hostilidade entre o que está atacando e o atacado, destrói a confiança e impede cooperações futuras e trabalho em equipe. Ao final podemos ter uma divisão na igreja - se não visível, invisível. Isso pode dificultar a unidade e a missão da igreja nos anos que virão.

(2) Da mesma maneira, espectadores também serão afetados. Observadores não-adventistas do debate poderão se intimidar pelo que eles vêem nos meios adventistas e pelo que lêem na internet. Portanto o debate pode ter efeitos negativos em torno da igreja e na sua reputação no público geral.

(3) O mesmo pode acontecer em nossos membros e jovens. O debate da ordenação não tem nenhuma relação com os ensinamentos mais fundamentais da bíblia. Ele não faz parte das crenças adventistas centrais. Portanto é ainda mais perturbador aos membros quando vêem pessoas envolvidas no debate evitarem, ofenderem e julgarem os outros porque estão em lados diferentes no debate sobre a ordenação - e eles vêem pouco ou nada do amor divino que Jesus queria que seus discípulos demonstrassem. Isso pode levantar sérias dúvidas sobre a igreja na mente dos membros.

(4) Outro grande problema é o desgaste da autoridade bíblica e da hemenêutica. É espantoso, principalmente para os jovens, ver pessoas que tem uma alta consideração das escrituras escolherem posições tão diferentes. Como resultado, eles podem concluir que a bíblia é irrelevante para algumas ou para todas as questões que enfrentamos hoje, e que a igreja falhou em articular uma metodologia que leve todos às mesmas conclusões. Isso é muito sério porque uma conclusão como essa pode destruir o fundamento da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

3. Resposta
Em resposta a esses desafios, rogamos a aqueles que estão diretamente envolvidos no debate que sejam extremamente cuidadosos ao apresentar seus próprios argumentos assim como os dos outros. Sejam bondosos e gentis. Nossos pioneiros eram hábeis em lidar com diferentes perspectivas teológicas e ainda trabalhar em conjunto com respeito mútuo. Eles sabiam conviver com questões não resolvidas até que se chegasse a um consenso anos depois. Nós também deveríamos saber. 

Também precisamos considerar o custo de nossas ações. Pessoas envolvidas no debate devem olhar adiante e se perguntar: Como aquilo que eu me oponho afeta a igreja e os seus membros, não apenas aqui e agora mas também no futuro? Qual será o ganho se minha posição for aceita mas pessoas perderem sua fé em Deus e nas escrituras e sua confiança na igreja? Quando o debate terminar, será necessário curar. Como eu poderei contribuir para esse processo de cura ainda hoje? A questão da ordenação de mulheres é realmente tão grande que o custo não importa?

Já é tempo de se parar com a retórica que fere os outros. Indivíduos e instituições devem perseguir a paz e se abster de alimentar o fogo. Todos nós precisamos alcançar o outro em respeito e amor, mesmo que permaneçam algumas diferenças.

Aos observadores gostaríamos de dizer: não se preocupem. As escrituras são a palavra de Deus. A bíblia não apenas fala para o passado, mas também fala ao nosso tempo. Como sempre, o problema não é as escrituras mas o intérprete humano. Como todos nós somos pessoas falhas, diferenças na interpretação irão ocorrer. Entretanto, há passagens bíblicas e assuntos que não são tratados diretamente na bíblia que são mais difíceis de compreender e sobre os quais diferenças legítimas de opinião ainda existem na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Por exemplo, esse é o caso de certas passagens em Daniel e Apocalipse. O Espírito Santo ainda tem algum trabalho a fazer entre nós, e devemos permitir que esse trabalho ocorra. Essas passagens bíblicas e assuntos teológicos que ainda não estão completamente claros para nós não afeta nossa compreensão fundamental de Deus e de Sua mensagem para nós. É bom que discutamos questões; não é necessariamente ruim que discordemos em alguns pontos. Ainda assim, as escrituras são a autoridade final em todas as questões de fé e de vida cristã, nos revelando o maravilhoso planos de salvação de Deus e nosso crucificado e ressurreto redentor, senhor, exemplo e mediador Jesus Cristo, ao qual toda língua irá adorar um dia.

Ekkehardt Mueller é diretor adjunto do Instituto de Pesquisa Bíblica

Texto publicado originalmente em https://adventistbiblicalresearch.org/sites/default/files/pdf/BRI_and_the_issue_of_Women%27s_ordination.pdf

Ordenação de Mulheres e a Assembleia de 1990

Quais razões levaram a Igreja Adventista do Sétimo Dia a votar contra a ordenação de mulheres ao ministério pastoral na assembleia da Associação Geral de 1990? E, se a ordenação não foi aprovada naquela ocasião, por que rediscutir o assunto?

Esta foi a resolução votada pela Igreja Adventista em 1990:

“Votado, aceitar o seguinte relatório e recomendações da Comissão sobre o Papel das Mulheres, como recomendado pelo Concílio Anual de 1989:

“Os presidentes das divisões mundiais da Associação Geral relataram à Comissão a situação presente em seus campos com respeito à ordenação de mulheres ao ministério pastoral. Em várias divisões, há pouca ou nenhuma aceitação de mulheres na função de pastoras, ordenadas ou não. Em outras divisões, algumas uniões aceitariam mulheres como pastoras, mas as indicações mostram que a maioria das uniões não iria considerar isso aceitável. Contudo, na Divisão Norte-Americana parece haver o apoio mais amplo à ordenação de mulheres.

“Os presidentes das divisões também relataram que, com base em inúmeras discussões, comissões, pesquisas de opinião etc., existe a probabilidade de que aprovar a ordenação de mulheres resultaria em desunidade, dissensão e talvez até cisma. Portanto, os presidentes chegaram a estas duas conclusões:

“1. A decisão de ordenar mulheres como pastoras não seria recebida com aprovação pela maior parte da Igreja mundial.

“2. As disposições do Manual da Igreja e dos Regulamentos Administrativos-Eclesiásticos da Associação Geral, que permitem a ordenação ao ministério evangélico apenas em nível mundial, têm forte apoio das divisões. [...]

“A Comissão, tendo analisado os argumentos e as apresentações favoráveis e contrários à ordenação de mulheres [ao ministério pastoral]; tendo considerado meticulosamente o que provavelmente é melhor e menos perturbador para a Igreja mundial neste momento; e reconhecendo a importância de nossa missão escatológica, o testemunho e a imagem de nossa família espiritual, e a necessidade da unidade da e na Igreja, relata ao Concílio Anual da Associação Geral de 1989 os seguintes resultados de sua discussão:

“1. Embora a Comissão não tenha consenso se as Escrituras e os escritos de Ellen G. White explicitamente apoiam ou negam a ordenação de mulheres ao ministério pastoral, ela conclui unanimemente que essas fontes afirmam um significativo, amplo e contínuo ministério para mulheres. [...]

“2. Além disso, tendo em vista a falta generalizada de apoio à ordenação de mulheres ao ministério evangélico na Igreja mundial, e tendo em vista o possível risco de desunião, desavença e desvio da missão da Igreja, nós não aprovamos a ordenação de mulheres para o ministério do evangelho” (“136-90 Ordination of Women to the Gospel Ministry”; grifo nosso).

“Por que a ordenação não foi aprovada em 1990? Não foi porque a Igreja Adventista estudou, avaliou e descobriu que, segundo a Bíblia e os escritos de Ellen White, a mulher não deve ser ordenada ao ministério pastoral. A igreja reconheceu que esse assunto não está muito claro, não houve um consenso; então, era melhor não avançar. Portanto, a reincidência do assunto não significa que uma decisão negativa numa assembleia anterior tenha sido equivocada” (Pr. Ranieri Sales, “Ordenação de Mulheres na IASD: Panorama atual do debate”, sermão pregado na igreja do Unasp-EC em 16 de maio de 2014).

“Quando os delegados da Associação Geral, em 1990, votaram contra a ordenação de mulheres ao ministério pastoral, a razão apresentada não foi porque essa prática é contrária à Bíblia, mas porque ela vai contra os pontos de vista culturais dos adventistas em muitas partes do mundo” (Ranko Stefanovic, Ph.D., professor de Novo Testamento na Universidade Andrews, via Facebook).

Relatório da Associação Geral

Estamos disponibilizando na íntegra em português o relatório da Associação Geral da Teologia da Ordenação.

Essa tradução tem 111 páginas e contém uma descrição detalhada de como se formou e como foram as discussões da TOSC (Comissão de Estudos da Teologia da Ordenação), e contém os relatórios das três posições que surgiram a partir das reuniões.

(links atualizados com versão revisada)

Faça o download em
http://speedy.sh/62QFv/Teologia-da-Ordenacao-1.pdf
(selecione o botão azul "slow download")

ou


Argumentos equivocados e corretos no debate sobre ordenação de mulheres

Ekkehardt Mueller, Th.D.
Diretor-adjunto, Instituto de Pesquisa Bíblica

Algumas pessoas realizam boas obras porque creem que, ao fazê-las, terão mais chances de serem salvas. Outras realizam boas obras porque são gratas pelo gracioso dom da salvação e desejam seguir o exemplo do seu Mestre. Os cristãos devem fazer boas obras? Certamente! A Bíblia repetidas vezes destaca a importância das boas obras, como é exemplificado pela conhecida parábola de Jesus sobre as ovelhas e os bodes (Mt 25:31-46). Depois de afirmar que os verdadeiros cristãos foram salvos pela graça mediante a fé, e que isso “não [acontece] por obras”, Paulo acrescenta que fomos criados “em Cristo Jesus para fazermos boas obras” (Ef 2:8-10, NVI). Portanto, é possível fazer o correto por razões equivocadas? É óbvio que sim.

Atualmente, a Igreja Adventista do Sétimo Dia debate o assunto da ordenação com enfoque na ordenação de mulheres ao ministério pastoral. Este artigo não discute se a ordenação de mulheres ao pastorado é possível ou deve ser buscada. No entanto, parece-me que alguns argumentos favoráveis à ordenação de mulheres deturpam as Escrituras ou não a levam a sério. Alguns argumentos contrários à ordenação de mulheres possuem as mesmas falhas. Vamos analisá-los brevemente.

Argumentos equivocados em favor da ordenação

Os adventistas enfatizam a importância da Palavra de Deus e buscam se guiar pelas Escrituras. Em questões de fé e prática na vida cristã, a Bíblia ocupa um lugar insuperável e inigualável. Mas alguns argumentos usados no debate não representam corretamente as Escrituras ou não estão relacionados com as Escrituras e, portanto, são falsos, frágeis ou secundários. Eis alguns exemplos de argumentos equivocados ou até inconsistentes:

1. A ordenação de mulheres é necessária por causa de um consenso cultural e social. Não há dúvidas de que a sociedade e a cultura atual de muitos países ao redor do mundo têm redefinido o papel e a função das mulheres e exercem pressão sobre os que não estão em harmonia com esse pensamento. Isso pode facilmente levar à conclusão de que a igreja deve ser adaptar à cultura a fim de ser mais relevante e não ser considerada uma seita. Mas a cultura não está automaticamente correta e não pode determinar o que os cristãos devem crer ou como devem se comportar. Por exemplo, em certos lugares onde a promiscuidade e a exploração dos outros são comuns, o verdadeiro cristianismo deverá ser contracultural.

2. A ordenação de mulheres é necessária porque, sendo que outras igrejas decidiram ordenar mulheres, os adventistas não devem ser os últimos a fazê-lo. A questão não é o que outras igrejas fazem ou não, mas o que é o correto a ser feito. Muitas outras igrejas, por exemplo, praticam o batismo de crianças e guardam o domingo.

3. A ordenação de mulheres é necessária porque possivelmente os primeiros adventistas apoiavam a atuação de mulheres no ministério e talvez até a ordenação de mulheres. Devemos nos lembrar de que nem mesmo os desenvolvimentos históricos da Igreja Adventista garantem que determina crença ou prática seja correta e, portanto, deva ser buscada. Desde o início de sua história, a igreja tem experimentado inúmeras crises e desafios, e ocasionalmente ocorrem equívocos.

4. A ordenação de mulheres é necessária porque é antiético não ordenar mulheres. Da perspectiva da geração atual, essa é uma questão ética, ao menos para muitos, e talvez realmente seja. No entanto, a Bíblia não contém um mandamento para ordenar mulheres ao ministério pastoral. Portanto, em primeiro lugar deve ser esclarecido se a Bíblia permite ou não, ou se sugere implicitamente a ordenação de mulheres. Uma vez esclarecida a questão, podemos falar sobre ética. Caso contrário, pode-se argumentar que, da perspectiva bíblica, talvez não seja moralmente errado negar a ordenação a mulheres e que a recusa a fazê-lo não viola uma ordem divina, assim como não há violação de um mandamento divino em não se ordenar professores da Escola Sabatina.

5. A ordenação de mulheres é necessária porque mudanças ocorrem regularmente e são inevitáveis. É verdade que devemos esperar algumas mudanças, porque o Espírito Santo guia continuamente a igreja, mas mudança pela mudança não é uma boa razão. A história da igreja está repleta de exemplos de más escolhas feitas na teologia e na prática. Nas Escrituras, a preocupação dos atenienses com “as últimas novidades” não é vista necessariamente como algo elogiável (At 17:21).

6. A ordenação de mulheres é necessária por razões práticas. Com frequência, a prática pode influenciar a reflexão teológica, e tal influência talvez não seja equivocada, mas até necessária; mas, por outro lado, ela pode levar a eventos que são extremamente difíceis de se corrigir. O desenvolvimento do sacerdócio hierárquico, a primazia do bispo de Roma e sua elevação a papa não possuem apoio bíblico.

7. A ordenação de mulheres é necessária porque abre caminho para a aceitação de um estilo de vida homossexual por parte da Igreja Adventista. Os dois assuntos não estão relacionados e devem ser mantidos separados. Embora a Bíblia claramente seja contrária à prática homossexual, ela não proíbe explicitamente – e alguns argumentariam que nem implicitamente – a ordenação de mulheres.

8. A ordenação de mulheres é necessária porque a discussão vai continuar. Há muitas outras discussões que vão continuar, como o debate evolução versus criação, a guarda do domingo versus a guarda do sábado, a crença na imortalidade natural da alma versos a crença na não imortalidade do ser humano, e assim por diante. Se a igreja deve se render num assunto cuja discussão vai continuar, isso não se estenderia logicamente a todas as questões que permanecem a ser desafiadas? Essa dificilmente é uma abordagem bíblica, porque torna a igreja dependente dos pontos de vista majoritários, e não das Escrituras.

Essa lista de argumentos equivocados em favor da ordenação de mulheres ao ministério pastoral de modo algum é exaustiva. Ela apenas mostra que alguns argumentos são questionáveis, difíceis de serem aceitos pelos adventistas ou são periféricos, ou seja, podem ser válidos se a ordenação de mulheres for estabelecida com base em outros argumentos.

Argumentos equivocados contra a ordenação

Voltemo-nos agora a alguns argumentos contrários à ordenação de mulheres que são igualmente frágeis:

1. A ordenação de mulheres é inaceitável porque o que ocorre na sociedade e na cultura deve ser rejeitado. Esse argumento considera a cultura e as normais sociais completamente e sempre opostas a Deus, uma posição dificilmente sustentável. A cultura é uma mescla de componentes que não pode ser aceita integralmente, mas nem tampouco rejeitada integralmente. Por exemplo, os cristãos não são chamados a rejeitar o governo, que é parte da cultura (Rm 13:1-3).

2. A ordenação de mulheres é inaceitável porque o que ocorre em outras igrejas deve ser rejeitado. Embora os adventistas não imitem cegamente outras igrejas, eles não contestam tudo o que é feito por essas igrejas. Na verdade, os adventistas se apoiam nos “ombros” de outros cristãos. Eles são gratos por ensinamentos bíblicos descobertos e praticados pelos reformadores, pelos anabatistas e por outros grupos cristãos.[1]

3. A ordenação de mulheres é inaceitável porque, apesar de discutir a questão durante mais de 40 anos, a igreja nunca a aceitou oficialmente. Esse seria um argumento baseado na tradição; neste caso, na tradição adventista. Mas não é um argumento bíblico. Também demorou bastante tempo para que os pioneiros adventistas concordassem a respeito de outros temas. A doutrina da Trindade, por exemplo, embora claramente apoiada por Ellen G. White, demorou a ser aceita.

4. A ordenação de mulheres é inaceitável porque segue uma agenda feminista militante. É verdade que algumas formas de teologia feminista reinterpretam completamente as Escrituras com base na pressuposição de que a Bíblia não é a Palavra de Deus e pode ser nociva (o que é inaceitável aos adventistas). Também é verdade que algumas ações de feministas militantes podem perturbar muitos cristãos. Mas o fato de que os feministas cristãos apoiam a ordenação de mulheres não significa que essa prática seja equivocada. O uso de argumentos errados em ambos os lados não nos impede de adotar determinada prática pelas razões corretas.

5. A ordenação de mulheres é inaceitável porque ela se opõe à compreensão tradicional dos papéis mulheres. Além disso, milita contra as relações familiares, que são descritas em termos de submissão. Esse argumento não é necessariamente verdadeiro. Muitos defensores da ordenação de mulheres sustentam que, dentro do lar, a mulher deve ser submissa a seu marido e que o marido deve amar sua esposa com o amor semelhante ao de Cristo (cf. Ef 5:21-30). Contudo, eles não creem que todas as mulheres devem ser submissas a todos os homens. Por outro lado, mesmo que esse argumento fosse verdadeiro, não poderia ser usado para impedir mudanças, se as Escrituras as apoiassem.

6. A ordenação de mulheres é inaceitável por razões práticas. Novidades criam ansiedade e perturbação interna. É bastante provável que novidades possam criar sentimentos incômodos e alguma espécie de ansiedade, e levem alguns homens a questionarem qual é seu papel e como devem se relacionar com as mulheres em questões de autoridade. Ainda assim, razões práticas não podem ser o árbitro final para decidir se algo deveria ou não ser feito.

7. A ordenação de mulheres é inaceitável porque pode estar ligada ao apoio de um estilo de vida homossexual. É verdade que algumas pessoas ligariam a ordenação de mulheres ao apoio de um estilo de vida homossexual. Mas outros que apoiam a ordenação de mulheres ao ministério pastoral se oporiam terminantemente à prática homossexual, pelo fato de ser contrária à Bíblia. Novamente, razões equivocadas usadas por alguns não nos impedem de fazer o que é correto pelos motivos corretos.

8. A ordenação de mulheres é inaceitável porque seus defensores usam formas de teologia liberal e abordagens críticas à Bíblia. Esse argumento é amplamente inválido em relação aos adventistas. Embora alguns liguem a ordenação de mulheres à teologia liberal, a vasta maioria não o faz. Com frequência, são aqueles que possuem uma visão mais elevada das Escrituras que apoiam a ordenação de mulheres.

Argumentos corretos a favor e contra a ordenação

Ao longo de sua história, os adventistas têm enfatizado que aceitam a Bíblia como a Palavra de Deus e se dedicam a estudar as Escrituras e seguir sua direção. No entanto, parece que isso nem sempre tem ocorrido no debate sobre a ordenação. Nesse debate, às vezes usamos argumentos periféricos e até equivocados. Isso não deveria acontecer, porque apenas cria um ambiente emocionalmente tenso e nos leva a focalizar argumentos irrelevantes, em vez de focalizarmos as Escrituras e suas implicações.

No artigo “Hermeneutical Guidelines for Dealing with Theological Questions” (Diretrizes hermenêuticas para se lidar com questões teológicas),[2] expliquei como desenvolver o processo de estudar as Escrituras e quais perguntas devemos fazer. Argumentei que, em áreas sobre as quais a Bíblia não apresenta mandamentos explícitos, os adventistas não seguem nenhuma destas abordagens: (1) o que as Escrituras não proíbem é permitido – o que nos permitiria fumar cigarros e usar drogas narcóticas; e (2) o que as Escrituras não permitem é proibido – o que daria fim à medicina moderna e à estrutura organizacional da igreja. Portanto, levamos a sério os princípios bíblicos e fazemos distinção entre descrições bíblicas e prescrições bíblicas. Além disso, percebemos o desenvolvimento histórico dentro das Escrituras (por exemplo, da carta de divórcio do Antigo Testamento à clara posição de Jesus contra o divórcio).

Nossa tarefa é estudar as Escrituras e tentar descobrir os princípios bíblicos que podem nos guiar no debate acerca da ordenação, pesando todas as evidências bíblicas, orando e permitindo que o Espírito Santo nos conduza. Uma vez que isso seja feito, alguns dos argumentos periféricos podem fornecer algum apoio adicional. Mas as Escrituras sempre devem permanecer em primeiro lugar.


Referências:
1. Veja Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 61-264 (capítulos 4-14).
2. Ekkehardt Mueller, “Hermeneutical Guidelines for Dealing with Theological Questions”, Reflections: The BRI Newsletter, outubro de 2012, p. 1-7. Esse artigo foi publicado em português como “Quando a Bíblia aparentemente silencia”, Ministério, maio-junho de 2013, p. 17-20.